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Relacionamentos profundos.

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Um bom solvente para a solidão é nos permitir; é estar acessível aos outros.


RELACIONAMENTOS PROFUNDOS.

Estamos sempre rodeados de pessoas. Quer seja física ou digitalmente. Faz sentido o senso comum de que o mundo ficou pequeno. Está fácil ir a qualquer lugar e é possível conectar-se com qualquer pessoa.

Seguramente esse era um ideal a ser alcançado pela humanidade. Porém, toda essa facilidade não nos trouxe felicidade. No final, estamos rodeados de pessoas, estamos conectados a centenas ou milhares através das mídias sociais, mas nos sentimos solitários.

Foto da paisagem a partir do alto do Pico Agudo, Ceará.
Foto da paisagem a partir do alto do Pico Agudo, Ceará.

E então, aonde está a falha nisso tudo?

Um bom solvente para a solidão é nos permitir, é estar acessível aos outros.

Ou seja, a questão é que nossos relacionamentos são superficiais. Ou até mesmo falsos. Por exemplo, curtimos a postagem de alguém que não gostamos, mas que somos obrigados a seguir dado as convenções sociais ou obrigações do trabalho.

Nos reunimos com nossos familiares aos finais de semana, mas não nos relacionamos. Ficamos no nível das piadinhas, das futilidades.

O que nos tira desse sentimento de solidão são relações profundas e intensas com os que nos cercam, seja física ou eletronicamente.

Gosto de lembrar de minhas visitas à tia Cecília. Num ou noutro momento, me convoca a um canto isolado da casa. Então arranca dos meus fundilhos aquilo que mais me incomoda. Nunca dá conselhos, não faz nenhuma crítica. Só ouve. No final diz que sou esperto e que vou vencer. Que posso contar com ela.

Este tipo de relacionamento tornou-se raro. Por vezes não temos um repertório de conversa significativa nem com a esposa ou com o marido. Vamos tratando do negócio que é viver sob um mesmo teto, tendo filhos em comum. Contudo não conversamos, não expomos nossas angústias, expectativas ou o que for.

Muito bem, parece que o exercício seja esse: abrir o coração aos outros expondo nosso interior e por outro lado, escancarar os ouvidos para as falas deles. É essa interação que vai salvar nossa saúde mental e nos livrar do sentimento de uma solidão em meio a centenas de pessoas.


Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – UEL FM.

Acesse AQUI outro post da Coluna O COTIDIANO.

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