Sempre existiu um movimento para acabar com tudo o que dá prazer. Uma valorização do sofrer e do penar. Dá pra fugir disso?
ACABOU O PRAZER.
Na história da humanidade, sempre tem alguém torcendo pelo sofrimento.
Um exemplo foi a ordem de penitência da Igreja desde a Idade Média. O pecador vestia um saco, colocava cinzas na cabeça e saia pela rua. Às vezes até se flagelando.
Sexo, só pra procriação! Ainda hoje tem a coisa de não comer carne na sexta-feira. Resultado: o prazer não é bom.
Daí vem não sei quem mandando comer pasta de amendoim, açúcar de casca de não sei que. Tudo horrível! E gordura, e açúcar, e sal que é delícia?
Então vem outro e adeus ovo, iogurte, salaminho. Tem que ser vegano, pensar no lado dos bichos. Dá-lhe soja! E orgânico, senão tem a química.
Você tá pensando que tudo bem, que ainda sobrou o sexo. Mas e as doenças? Meu, o mulherão lindo olha para você, dá um sorriso. O que você faz? Já pensa, se ela tá dando mole pra mim, dá mole pros outros também. Vai embora assistir uma série e tá resolvido. Vai arriscar? Não vai, né.
O que essa gente tem contra o prazer?
Aí me falam que prazer mesmo é ir dar uma corridinha, fazer um pedal de uns 40 km.
Affe!
E eu pensava que isso fosse sofrimento. Mas dizem que não é. Depois faz um lanchinho fit e suco de mato. Fechou.
Fechei foi a cara!
Com a pandemia, nos colocam medo de aglomeração. Nada de reunir com os amigos, de dar um rolê na noite. Já tem uns camaradas aí defendendo que o prazer está no isolamento.
Cara, será que consigo um busão pra Marte, Júpiter?