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Nervos expostos

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São Francisco em metal, por Edmilson Duarte, São Francisco de Paula, RS.

Apenas uma cachoeira de instantes desperdiçados na água salgada da semana.


NERVOS EXPOSTOS.

Encontro uma coisinha brotando do meu corpo. Como seja um fio descascado, exposto. Um nervinho incomodo que meu corpo manifesta nesta borda do fim de semana.

Conforme vou esticando e repuxando esse fiapo incomodo, vai surgindo na mente o percurso das horas da sexta à noite, do sábado e do domingo todinho. Até que esse rio de minutos desagua no mar da semana, na foz da manhã de segunda-feira.

São Francisco em metal, por Edmilson Duarte, São Francisco de Paula, RS.
São Francisco em metal, por Edmilson Duarte, São Francisco de Paula, RS.

O pior desse pensamento transformado em nervo inoportuno é que preciso dar sentido a este tempo. Conferir valor a essas horas. É necessário produzir algo de memorável no final de semana.

Mas já conheço o resultado. Será só uma cachoeira de instantes desperdiçados na água salgada da semana. Sem peixes, sem frutos. Só o escorrer continuado de momentos perdidos num ócio de tédio.

Claro, ninguém suporta a pasmaceira por muito tempo. Para isso vou ter uma companhia. Uma forma de distrair o tempo, fazê-lo escorrer sem machucar, aparando as suas quinas, aplainando as suas arestas.

Vou agarrar uma tela com os olhos para dissipar meu enfado. Fingir um ocupado. Porém será ilusório. Pois é a tela quem agarra meus olhos e os preenche com a frustração que eu pretendia escorrer.

Então, a noite de domingo, como sempre, vai encontrar um cadáver vivo ansiando pelo último fôlego da madrugada de segunda-feira, um último gole de ar antes do corre insano da semana.

Mas o reinício da rotina será um alívio. Esse nervo exposto ficará oculto até a próxima sexta-feira.

Bom final de semana pra você!


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Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – Rádio UEL.

Acesse AQUI outro post da Coluna O COTIDIANO.

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