A palavra, esta amiga.

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A curiosidade pode transformar o desconhecido em uma palavra amiga: uma companheira.


A PALAVRA, ESTA AMIGA.

Conforme folheio o livro, tropeço em palavras desconhecidas. Interrompo a leitura e busco o significado na tela do celular.

Preciso transformar o desconhecido em um alguém. Revestir de significado esse termo que não me diz nada. Talvez uma atávica memória dos maternos ditames da infância: não falar com estranhos.

Impossível conversar com uma palavra desprovida de sentido. Muda. Assim: um termo desconhecido. Afinal, como trafegar pelas linhas do texto e conversar com palavras que desconheço?

Reprodução de material do Curso de Literatura Cearense da Fundação Demócrito Rocha.
Reprodução de material do Curso de Literatura Cearense da Fundação Demócrito Rocha. https://cursos.fdr.org.br/course/view.php?id=31

Portanto, esse meu passeio tardo precisa conferir conhecimento ao desconhecido.

Afinal, a leitura é um procedimento de ir fazendo amigos. Ou seja, cada nova palavra torna-se minha parceira. Vai conferindo um novo significado a um pensamento, a um sentimento. E então, faz brilhar um momento da minha existência.

Por exemplo, antes o lápis anotava o significado da palavra à margem da folha.

Logo depois passei a uma lista na última página do livro. Aquela folha em branco. Ociosa e imaculada. Claro, tomando o cuidado de anotar a página de origem da palavra. Seria o endereço da palavra? Dessa nova amiga.

No atual tenho uma lista de palavras no celular. O celular, essa extensão da minha memória, do meu afeto.

Resumindo, as palavras cabem bem no mesmo cantinho do coração em que colocamos os amigos.

Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – RÁDIO UEL.

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