Estávamos lá, mas estamos aqui

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Foto de instalação de Tetsuya Tanaka, Japan House - SP, ago23.
radio antigo azul

Ao longo do tempo as pessoas foram mudando seus espaços de vivência. Até que chegamos hoje, ao lugar nenhum.


ESTÁVAMOS LÁ, MAS ESTAMOS AQUI.

No início era o caos. Ou no início era o verbo, como dizem as escrituras. Porém milênios passaram e fomos delineando alguns espaços que definiram suas épocas.

Houve um tempo, lá com os romanos, para não voltar muito atrás, em que o espaço era a arena onde o povo se divertia, os edifícios públicos, onde a vida pulsava. Depois vieram os castelos e seus arredores, na idade média.

Mas, chegando mais próximos dos nossos tempos, destacamos a escola, o hospital, a igreja, o clube e o presídio. Avançamos no tempo e os espaços importantes viraram a academia, o banco, o shopping, o aeroporto e os escritórios.

Foto de instalação de Tetsuya Tanaka, Japan House - SP, ago23.
Foto de instalação de Tetsuya Tanaka, Japan house – SP, ago23.

Hoje estes espaços ainda têm um destaque importante, contudo estão em decadência. As fintechs estão substituindo os bancos, a e-commerce tomando o lugar do shopping, o trabalho remoto desmontando os escritórios. E por aí vamos.

Então, que espaços nos sobram? O tal do lugar nenhum. Do interior do nosso quarto podemos fazer um tour virtual pelo Museu do Prado em Madri ou conversar com o primo no Japão. Estamos em lugar algum e em todos os lugares, ao mesmo tempo. Além disso, já estamos nos preparando para uma imersão mais profunda no virtual através do metaverso. É, concordo com você, deu uma esfriada no assunto, mas a tecnologia para isso vem se desenvolvendo a todo vapor. Espere e verás.

E afinal, foi para os que acreditam que isso não vai acontecer que fiz todo esse histórico de mudanças de espaços vitais na nossa história ocidental.

Quem viver e ficar de olhos abertos, verá.


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Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – Rádio UEL.

Acesse AQUI outro post da Coluna O COTIDIANO.

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