Pobreza submersa

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radio antigo azul

O apagamento social, também é uma forma de genocídio.


POBREZA SUBMERSA.

Podemos assumir que a pobreza sempre existiu. Pelo menos a partir de algum momento da História, a partir do qual os humanos começam a acumular bens e riquezas.

A miséria é filha da acumulação.

O cristianismo nasce com a caridade como uma de suas bases fortes. Não só evidenciou o pobre, mas também o marginalizado. Na época esse termo era utilizado para designar aqueles que ficavam às margens dos caminhos, alijados da sociedade. Hoje atualizados para o termo minorias.

Foto de estrutura de engenho em madeira, São Francisco de Paula, RS.

Os primeiros cristãos tinham como muito forte a atenção aos pobres, às viúvas, aos doentes. Contudo isso durou pouco mais de mil anos. Na baixa idade média esse conceito já havia sido alterado.

O pobre passou a provocar repulsa e medo às pessoas dos burgos, das pequenas vilas. Tal qual o doente, que era enxotado. E algumas outras minorias. Até mesmo a igreja precisou fundar ordens ou entidades para que alguma ação ainda persistisse no atendimento aos pobres.

E hoje, como está essa postura?

Eu acredito que acabamos por matar o pobre. Pelo menos apagando ele da nossa sociedade. Pobre virou sinônimo de vagabundo, de bandido. Então criamos ao redor do mundo algumas práticas que permitem que ele sobreviva escondido num buraco na periferia. Para isso utilizamos políticas de renda mínima ou de bolsa não sei o quê, por exemplo. Assim não incomodam as tais pessoas de bem.

E esse vácuo que o sumir do pobre deixou na nossa consciência veio sendo ocupado, já que vazios não existem, pelas ditas minorias. Assim, com nossos termos politicamente corretos e com um, muitas vezes fingido, ar de aceitação, além de políticas de cotas, nos sentimos uma sociedade caridosa e evoluída.

Mas a fraternidade, esta ainda não chegou.

logo rádio UEL

Áudio: Trabalhos técnicos de Ricardo Lima – Rádio UEL.

Acesse AQUI outro post da Coluna O COTIDIANO.

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