Pesquisar
Close this search box.

Quem sobreviver, verá

1
A história mostra que nos momentos de fundo de poço, a engenhosidade humana encontra novas soluções e dá a volta por cima.

QUEM SOBREVIVER, VERÁ.

Ouvinte, eu estou é com saudades. De quê? Oras, de quando a minha preocupação era com segurança. Sabe, aquele medo de ser assaltado, de invadirem a casa, roubarem meu carro.

Então, acha que isso passou? Não. Continua aí. Mas surgiram várias outras preocupações.

São tantos medos em tão pouco tempo, que confesso estar confuso, para dizer o mínimo, sendo otimista.

Depois do COVID, tenho certeza de que surgirá outra pandemia, acelerada pelas tais mudanças climáticas. Aliás os desarranjos climáticos causam outro medo. São tantos eventos catastróficos da natureza que hora ou outra, algum vai me atingir.

Nesses tempos de polarização, fico atordoado com candidatos mostrando que está tudo errado, que toda a dimensão pública foi colocada a perder. Pois o candidato da vez é o único que tem a solução, mas que não diz qual é. Desconfio que também não tenha nenhuma proposta válida. Mas sempre o outro é o demônio, o mal intencionado. Sobra quem? Ninguém. Por fim, tenho medo dos próximos quatro anos, também.

Cada vez que vejo as notícias fico mais convencido de que teremos uma extensão das guerras atuais para um conflito mundial. Os governos dos países estão extremistas e violentos. Então não vejo outro amanhã que não seja de guerra total.

É desesperador ver todos esses milhões de pessoas abandonando forçadamente os seus países a fim de sobreviver. A rua da minha casa está povoada de haitianos e venezuelanos. Ou seja, já vejo na minha porta os estilhaços da migração global.

No meu bairro também pesa a questão do tráfico de drogas. Já é uma normalidade, desde que não haja barulhos, é como se não existisse. Os aviãozinhos fazem parte da paisagem. Mas na semana passada um rapazola foi morto a marteladas. Essas nuvens escuras rondam meu quintal.

Para resumir, o que não acredito mais, é que seja possível um futuro. Isso porque sou otimista, pois os pessimistas dizem que já não existe o presente.

Então eu gostaria era de saber menos. Não saber nada! É o único modo que encontro para pensar numa possível esperança e não ter tanto medo de tudo.

Mas não posso esquecer que é nos momentos de fundo de poço que a engenhosidade humana cria novas soluções e dá a volta por cima. Pois a confusão geral é o caldo onde é preparado um futuro diferente.

E agora? Você acredita nisso? Eu acredito nesse possível futuro? Como diz a canção: quem viver, verá! Ou melhor, quem sobreviver, verá.

logo rádio UEL

Acesse AQUI outro post da Coluna O COTIDIANO.

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn