Este é o quadro do Boletim “Em Estado de Alerta Contra o Coronavírus” que colhe depoimentos dos profissionais de saúde londrinenses, os quais têm atuado diária e incansavelmente na luta contra o novo coronavírus.
Reportagem:
Gabriel Silveira
Hiury Pereira
Supervisão:
Eliete Vanzo
Valéria Giani
Trabalhos técnicos:
Ricardo Lima
Produção:
Leiliani Peschiera
Ouça os episódios:
#1 Fátima Ruiz
Na primeira edição, você conhece um pouco da rotina e trajetória de Fátima Ruiz, enfermeira assistencial e coordenadora de seção do setor de Moléstias Infecciosas do HU. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Ela compartilhou com os ouvintes detalhes de sua lida, como a paramentação e carga horária de trabalho: “Teve dias de eu ter entrado lá às sete horas da manhã e ter saído às dez e meia da noite, arrumando, organizando o setor. Mas hoje a gente já está tocando bem”. A enfermeira também compartilha relatos sobre as atitudes da equipe médica e suas impressões, tais quais sobre o sentido que a situação trouxe à vida: “O que vale mesmo é a vida, não é o objeto que a gente luta tanto para ter, mas a nossa família” e também sobre as famílias, apontando para um resgate às brincadeiras de infância e interações para suprir o convívio familiar desgastado pelo dia-a-dia, já que “Todo mundo vive em um modo meio virtual”. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
#2 Cláudia Carrilho
Cláudia Carrilho, é médica, infectologista e coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário da UEL.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Apesar da ciência de que a infecção não acabará, ela anseia pelo dia em que tudo esteja sob controle, no qual “os hospitais terão os leitos necessários para receber doentes com Covid e as outras patologias”. Ela espera que, “em um momento não muito distante”, isso se torne “apenas uma lembrança”. Para passar por estes dias de “trabalho diário, ininterrupto e muitas vezes cansativo”, Cláudia reconhece a necessidade de uma equipe multiprofissional e integrada. Para ela, “cada paciente que recebe alta do HU é um presente a todos os profissionais de saúde envolvidos no cuidado aos pacientes com a Covid-19.” ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
#3 Raquel Prado
Relato da médica intensivista do Hospital Universitário de Londrina, Raquel Prado. Ela trabalha na UTI de três hospitais da cidade. Em cada uma delas desempenha uma função e conta: “Desde o mês de março, não me lembro de ter tido um dia com 24 horas inteiras de folga e isso mexeu muito com meu social. Não vejo mais minha família como de costume. Além da preocupação diária com os pacientes a gente tem a preocupação com a nossa família e com os amigos”.
Seus turnos de trabalho têm sido de doze a treze horas por dia. Nesses tempos, ela não tem feito nada além de “Sair de casa, ir para o hospital. Ir para casa, dormir. Ir para o hospital e voltar para casa”. Em alguns dias, quando consegue ficar acordada até mais tarde, a médica ainda procura estudar, para se manter atualizada.