Série ‘Vozes de Egressos e Egressas Cotistas: existir e resistir – 20 anos de implantação da política de cotas raciais na UEL’

1

A série é composta por sete episódios e tem como objetivo mostrar como a política de cotas influenciou o percurso educacional e as oportunidades profissionais de ex-alunos cotistas da instituição. Egressos de Geografia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Pedagogia, Medicina e Psicologia, que hoje atuam como docentes, pesquisadores, profissionais reconhecidos em suas áreas de atuação, relatam suas vivências, desafios e superações. Em especial, a série traz também uma entrevista com a professora Maria de Fátima Beraldo, militante do Movimento Negro, atual Secretária de Cultura de Londrina, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UEL com ingresso pelas cotas raciais.

A iniciativa partiu da coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), professora Marleide Perrude, que propôs à Rádio um programa que abordasse especificamente a trajetória acadêmica e profissional de egressos cotistas.

“Quando as pessoas trabalham juntas, há um ambiente de troca de conhecimentos e experiências. Ao estabelecer esta parceria com a Rádio UEL, o NEAB fortalece suas ações e amplia a visibilidade de suas atividades. A emissora tem sido um canal importante na campanha institucional UEL na Luta contra o Racismo e esta série de entrevistas marca a continuidade desse compromisso. Esse trabalho em parceria é de grande importância e revela que a luta antirracista é uma responsabilidade de toda a comunidade universitária nos seus diferentes contextos”, afirma Marleide Perrude.

A produção é do Núcleo de Jornalismo da emissora, com supervisão das jornalistas Eliete Vanzo e Valéria Giani. As sete entrevistas incluem egressos de Geografia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, Pedagogia, Medicina e Psicologia. Em especial, traz uma entrevista com a professora Maria de Fátima Beraldo, militante do Movimento Negro, atual Secretária de Cultura de Londrina, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UEL com ingresso pela reserva de cotas raciais.

O primeiro episódio destaca a trajetória do geógrafo Lindberg Nascimento Júnior. Natural da Bahia, residia na periferia de Londrina quando ingressou no curso de Geografia da UEL pelo sistema de cotas em 2006. Formou-se em 2010 na Licenciatura e, em 2011, no Bacharelado. Hoje é professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Lindberg atua no curso de Geografia e nos programas de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) e em Desastres Naturais (PPGDN). Coordena o Laboratório de Climatologia Aplicada (GCN/UFSC) e, entre outras funções, é vice-líder do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão População e Políticas da Especialidade (NuPOPE) e do Grupo Alteritas de Estudos e Pesquisas sobre Diferença, Arte e Educação. Desenvolve atividades nos campos de Climatologia Geográfica, Geografia do Clima, Geografia Física Crítica (Critical Physical Geography), com enfoque nos seguintes temas: variabilidade climática, clima urbano, risco climático, racismo ambiental e educação geográfica antirracista.

“A partir da UEL em 2006, com o ingresso pela política de cotas, minha vida basicamente foi transformada. Eu digo transformação porque dentro da normalidade da vida de um jovem negro da periferia de Londrina, que ainda é nordestino, o arco de expectativa de futuro é muito reduzido. E, nesse contexto, foi muito importante para mim a entrada na UEL que já era algo quase impossível. Graças à política de cotas, isso se tornou possível. A ampliação do arco de expectativa aumentou, inclusive em níveis mais profundos, porque eu pude considerar que a entrada na Universidade abria não só mais uma janela, mas uma série de portas que pudesse garantir para mim hoje o status de professor universitário, de seguir uma carreira acadêmica”, analisa Lindberg Nascimento Júnior.

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn