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Foto de entalhe em madeira pintado, contendo flores e dorso de mulheres em relevo.

Sempre existiu um movimento para acabar com tudo o que dá prazer. Uma valorização do sofrer e do penar. Dá pra fugir disso?


ACABOU O PRAZER.

Na história da humanidade, sempre tem alguém torcendo pelo sofrimento.

Um exemplo foi a ordem de penitência da Igreja desde a Idade Média. O pecador vestia um saco, colocava cinzas na cabeça e saia pela rua. Às vezes até se flagelando.

Cartaz da Semana Elis (1983), de Elifas Andreato.
Cartaz da Semana Elis (1983), de Elifas Andreato.

Sexo, só pra procriação! Ainda hoje tem a coisa de não comer carne na sexta-feira. Resultado: o prazer não é bom.

Daí vem não sei quem mandando comer pasta de amendoim, açúcar de casca de não sei que. Tudo horrível! E gordura, e açúcar, e sal que é delícia?

Então vem outro e adeus ovo, iogurte, salaminho. Tem que ser vegano, pensar no lado dos bichos. Dá-lhe soja! E orgânico, senão tem a química.

Você tá pensando que tudo bem, que ainda sobrou o sexo. Mas e as doenças? Meu, o mulherão lindo olha para você, dá um sorriso. O que você faz? Já pensa, se ela tá dando mole pra mim, dá mole pros outros também. Vai embora assistir uma série e tá resolvido. Vai arriscar? Não vai, né.

O que essa gente tem contra o prazer?

Aí me falam que prazer mesmo é ir dar uma corridinha, fazer um pedal de uns 40 km.

Affe!

E eu pensava que isso fosse sofrimento. Mas dizem que não é. Depois faz um lanchinho fit e suco de mato. Fechou.

Fechei foi a cara!

Com a pandemia, nos colocam medo de aglomeração. Nada de reunir com os amigos, de dar um rolê na noite. Já tem uns camaradas aí defendendo que o prazer está no isolamento.

Cara, será que consigo um busão pra Marte, Júpiter?

Aqui tá complicado e eu, tô indo!

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Trabalhos técnicos e paisagem sonora de Elias Vergennes – Rádio UEL.

Acesse AQUI outro post da Coluna O COTIDIANO.

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